Rizartrose
Se você sente dor na mão principalmente com perda de força para apertar, rosquear, torcer, abrir maçanetas, potes ou garrafas, provavelmente esteja com um quadro chamado rizartrose.
A rizartrose é uma artrose que atinge especificamente uma articulação na região do polegar, chamada trapézio metacárpica, a qual é responsável pela maior parte da amplitude de movimento do polegar. Assim, tendo uma degeneração nesta articulação, muitas atividades que exijam o movimento de torcer e rosquear ficam limitados.
Se você apresenta queixas como essas, saiba que sua condição de dor pode melhorar com um tratamento adequado.
O que é a rizartrose?
A rizartrose é uma artrose que leva esse nome por ser especificamente da articulação entre os ossos trapézio e metacarpo na região do polegar. Assim como todas as artroses, existe um desgaste de cartilagem na região articular, ou seja, onde um osso se movimenta sobre o outro. Devido à não regeneração da cartilagem pelo organismo, o seu desgaste não é recuperado, sendo piorado ao longo do tempo e se traduzindo em sintomas dolorosos e com perda de força.
Sinais e Sintomas da rizartrose
Os sintomas da rizartrose variam de pessoa para pessoa e de acordo com a gravidade do desgaste, mas geralmente incluem:
- Dor e desconforto na base do polegar com ou sem movimento
- Rigidez e limitação de movimento do polegar
- Diminuição da força de preensão
- Dificuldade em realizar tarefas ordinárias como abrir uma garrafa, girar maçaneta e torneiras
- Deformidade na base do polegar
Segundo o Centro de do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos 4 em cada 10 pessoas, considerando a população mundial, tem ou desenvolverão rizartrose.
Diagnóstico da rizartrose
O diagnóstico da rizartrose se faz através de um bom exame físico no consultório com o médico especialista em mão, associado a exames de imagem como RX, Ultra som e Ressonância Magnética. No exame físico, o médico procurará sinais de inchaço, vermelhidão e fará testes para observar a limitação de movimento e dor na articulação referida.
A radiografia é o método de imagem mais comum usado para auxiliar no diagnóstico.
Qual a causa da rizartrose?
As causas podem ser diversas, como fraturas da região articular entre os ossos trapézio e metacarpo que evoluíram com irregularidade articular levando a quadro de artrose. No entanto, a causa mais comum é a frouxidão articular que pode estar associada à variação hormonal, ocorrendo mais comumente em mulheres.
A frouxidão articular deixa os ossos mais soltos, permitindo maior deslocamento entre os ossos e desgaste articular.
Inicialmente ocorre dor esporádica para determinados movimentos que tornam – se mais frequentes levando a maior incapacidade funcional da mão.
Ocorre mais comumente em mulheres, no geral entre 40-60 anos. Esse quadro se inicia ao redor da época da menopausa e tem uma evolução lenta e progressiva. A intensidade da dor nem sempre acompanha a evolução do desgaste ósseo e, por muitas vezes, a utilização de imobilizadores como órteses podem controlar o quadro álgico.
É comum que no período do início dos sintomas exista uma coincidência com o surgimento de outra patologia chamada Síndrome do túnel do carpo, em que as pacientes queixam de formigamento e dor na mão, principalmente durante a noite, madrugada e ao acordar. Muitas vezes é preciso tentar identificar e diferenciar essas patologias para que o tratamento seja correspondente com as expectativas de cada patologia.
Muitas vezes, a paciente que já realizou o tratamento para síndrome do túnel do carpo, até de maneira cirúrgica, pode se frustrar achando que a cirurgia não foi efetiva pois manteve o quadro de dor na mão após a cirurgia.
Contudo, na grande maioria das vezes, a dor residual ocorre por conta da rizartrose; seja por não ter sido diagnosticada previamente ou mesmo pelo fato dos sintomas da síndrome do túnel do carpo serem mais evidentes e o incomodo da rizartrose menos importante e menos incapacitante.
Qual o tratamento para a rizartrose?
O tratamento de todos os tipos de artrose se baseia na eliminação da sua causa. Deve-se buscar minimizar a dor. Para tanto, pode-se imobilizar o polegar com uma órtese e fazer uso de medicações como anti-inflamatórios.
Além disso, pode-se realizar infiltrações articulares e até mesmo cirurgias caso a dor não seja controlada.
Nos casos de grande evolução da dor, persistência por longos períodos apesar do uso de imobilizadores, medicamentos e até mesmo infiltrações, o paciente juntamente com o seu médico, deve pensar na possibilidade de cirurgias. Existem diversos tipos de cirurgia, sendo todas elas baseadas na retirada ou substituição da articulação dolorosa.
Na avaliação pré-operatória é importante que se avalie a possibilidade da presença do quadro de síndrome do túnel do carpo, muito comum em pacientes com rizartrose.
Devido à rizartrose ser um desgaste articular, ainda não existem tratamentos capazes de se reestabelecer a anatomia original (desgaste da cartilagem). Mas os outros métodos de tratamento auxiliam na melhora da qualidade de vida e minimização da dor, como imobilizações, infiltrações e cirurgias.
Infiltração para Rizartrose
A infiltração é uma das opções de tratamento utilizadas para aliviar os sintomas da rizartrose, principalmente a dor. Este procedimento minimamente invasivo consiste na injeção de medicamentos diretamente na articulação afetada, com o objetivo de reduzir a inflamação e aliviar a dor.
Como Funciona a Infiltração para rizartrose?
Na infiltração para rizartrose, os medicamentos mais comumente utilizados são o corticoide e o ácido hialurônico. O procedimento pode ser guiado com auxilio de ultra som para maior precisão do procedimento.
Quando a Infiltração é Indicada?
A infiltração para rizartrose é geralmente indicada quando os tratamentos conservadores, como medicamentos orais, fisioterapia ou órteses não são suficientes para controlar os sintomas dolorosos. Pode ser realizado sequencial e periodicamente.
Riscos e Benefícios da Infiltração
A infiltração para rizartrose pode proporcionar um alívio significativo da dor, melhorando a qualidade de vida do paciente. Por se tratar de procedimento, pequenos riscos existem, como infecções locais e reações alérgicas ao medicamento.
Abaixo, detalharemos os medicamentos mais comumente usados nesse procedimento.
Corticoides
Ou corticosteroides são medicações anti-inflamatórias da classe esteroidal, com grande capacidade anti inflamatória ao ser injetada na articulação. Exemplos de corticoides utilizados: Betametasona e Triancinolona.
Ácido Hialurônico
O ácido hialurônico é uma substância líquida viscosa, que ajuda a melhorar a lubrificação articular e as propriedades de absorção do impacto gerado nas articulações. Ajuda a melhorar as propriedades fisiológicas e viscoelásticas do líquido sinovial, melhorando assim a dor, desconforto e a mobilidade da articulação.
PRP (Plasma Rico em Plaquetas)
Recurso inovador que capitaliza o sangue do próprio paciente para fomentar a regeneração tecidual e diminuir a inflamação.
É possível prevenir a Rizartrose?
Embora a prevenção integral da rizartrose possa ser desafiadora, a adoção de medidas preventivas, como a moderação no uso de tecnologias digitais e a preservação da saúde articular, pode mitigar o risco de desenvolvimento. A consulta com um médico especializado em patologias da mão é imprescindível para um diagnóstico acurado e a definição de um plano terapêutico personalizado, especialmente para distinguir a rizartrose de outras condições com manifestações sintomáticas similares.
Diagnósticos diferenciais
Nessa região, varias estruturas são responsáveis por dor. Diagnósticos como fratura de ossos do punho e carpo, tendinites e tenossinovites como a chamada tenossinovite de De Quervain, a síndrome da intersecção, a neurite de Wartemberg e muitas vezes confundida também com síndrome do túnel do carpo, podem ser confundidores do diagnóstico e mudar o tratamento a ser realizado. Assim, é importante que os pacientes procurem um médico especialista como o cirurgião de mão, ortopedista especializado em mão.
A rizartrose configura-se como uma patologia de natureza complexa, exigindo uma abordagem terapêutica holística e multifacetada. A compreensão aprofundada dos sintomas, causas e alternativas de tratamento disponíveis é crucial para minimizar o impacto desta enfermidade na qualidade de vida dos pacientes. A técnica de infiltração, em particular, emerge como uma opção terapêutica valiosa, oferecendo aos pacientes a possibilidade de retomar suas atividades diárias com um grau significativamente reduzido de desconforto.
Saiba mais sobre o tema em nossos textos: Convivendo com rizartrose, impactos da rizartrose na força e mobilidade da mão e tratamentos para rizartrose.
Perguntas Frequentes
A rizartrose é uma artrose que atinge especificamente a articulação da região do dedo polegar, causando dor, perda de força e limitação de movimentos.
Os sintomas variam, sendo os mais comuns a dor e desconforto na base do polegar, rigidez, limitação de movimento, diminuição da força de preensão e dificuldade em realizar tarefas diárias.
O diagnóstico geralmente envolve um exame físico e estudos de imagem, como radiografias.
As causas podem ser diversas, incluindo fraturas na região da articulação, frouxidão articular, excesso de uso de eletrônicos, entre outras.
Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, 4 em cada 10 pessoas, considerando a população mundial, têm ou desenvolverão rizartrose. Ocorre mais frequentemente em mulheres acima de 40 anos.
O tratamento baseia-se no uso de órteses, medicamentos anti-inflamatórios, infiltrações e em alguns casos, cirurgia.
A infiltração é um procedimento minimamente invasivo que consiste na injeção de medicamentos diretamente na articulação afetada para reduzir a inflamação e aliviar a dor.
Os medicamentos mais comumente usados são os corticoides, ácido hialurônico e substâncias extraídas do próprio paciente, como PRP (Plasma Rico em Plaquetas extraído do sangue), concentrado de gordura e células da região medular da bacia.
Embora nem todos os casos de rizartrose possam ser prevenidos, medidas como evitar atividades que coloquem pressão excessiva sobre a articulação do polegar podem ajudar a reduzir o risco.
Não, mas é recomendável procurar um especialista em mãos para um diagnóstico preciso, pois existem outras patologias para serem descartadas como diagnósticos diferenciais.