Síndrome do túnel do carpo
A Síndrome do Túnel do Carpo (STC) ocorre quando o nervo mediano, que passa pelo túnel do carpo no punho, é pressionado. Esse túnel é uma passagem estreita formada por ossos e ligamentos. Quando há pressão extra, isso pode causar dor, dormência, fraqueza e formigamento na mão e no braço.
A prevalência da síndrome tem aumentado com o uso extensivo de computadores e dispositivos eletrônicos, afetando milhões de pessoas globalmente. Estudos indicam que cerca de 5% da população adulta sofre de STC, com maior incidência entre mulheres e pessoas de meia-idade. A condição piora a qualidade de vida, gera custos altos para a saúde pública e reduz a produtividade, afastando pessoas do trabalho.
O que é a síndrome do túnel do carpo?
A Síndrome do Túnel do Carpo (STC) é o resultado de uma compressão crônica do nervo mediano no túnel do carpo. O túnel do carpo é uma passagem estreita composta por ossos e ligamentos, situada na base da mão. Quando os tecidos ao redor dos tendões flexores do punho se inflamam, eles podem pressionar o nervo mediano, causando sintomas característicos da STC.
Anatomia túnel do carpo
O túnel do carpo é formado por ossos do carpo, que criam o assoalho e as laterais do túnel, e pelo ligamento transverso do carpo, que forma o teto. Dentro desse túnel, além do nervo mediano, passam nove tendões flexores que ajudam na movimentação dos dedos.
Causas da síndrome do túnel do carpo
A Síndrome do Túnel do Carpo (STC) é o resultado de uma compressão crônica do nervo mediano no canal do carpo ou “túnel do carpo”, uma passagem estreita formada por ossos e ligamentos, localizada na base da mão. Quando os tecidos ao redor dos tendões flexores do punho se inflamam, podem pressionar o nervo mediano, causando os sintomas típicos da STC.
Presume-se que a STC seja responsável por 90% das neuropatias compressivas, acometendo cerca de 5% da população mundial. Não existe um consenso a respeito da etiologia dessa síndrome, no entanto, estudos apontam para uma correlação entre idade, gênero, posicionamento inadequado do punho, movimentos repetitivos, obesidade, gravidez, contraceptivos orais e menopausa.
Fatores médicos e condições subjacentes
Além das atividades ocupacionais, várias condições médicas podem aumentar o risco de desenvolver STC. Essas condições incluem:
Diabetes: Pode causar danos aos nervos, incluindo o nervo mediano, aumentando a chance de STC.
Artrite reumatoide: Inflamação das articulações e dos tendões pode aumentar a pressão no túnel do carpo.
Hipotiroidismo: A retenção de líquidos e o inchaço associados ao hipotiroidismo podem levar à compressão do nervo mediano.
Estudos de caso mostram que pacientes com essas condições têm uma prevalência maior de STC, destacando a necessidade de monitoramento e manejo adequado desses fatores.
Outros fatores de risco
Outros fatores de risco incluem:
Gênero: Mulheres têm mais chances de desenvolver STC, possivelmente devido a um túnel do carpo naturalmente menor e às variações hormonais, especialmente durante o climatério e a gestação.
Idade: A STC é mais comum em adultos de meia-idade e idosos.
Obesidade: O excesso de peso pode aumentar a pressão sobre o nervo mediano.
Gravidez: Mudanças hormonais e retenção de líquidos durante a gravidez podem levar à STC temporária.
Leia nosso texto sobre:. síndrome do túnel do carpo gestacional.
Em suma, a STC é uma condição multifatorial, onde tanto fatores ocupacionais quanto condições médicas subjacentes desempenham papéis significativos. A identificação precoce e a intervenção são fundamentais para prevenir a progressão da STC e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
Sintomas da síndrome do túnel do carpo
Geralmente, os sintomas da Síndrome do Túnel do Carpo incluem:
Sintomas iniciais
Os sintomas iniciais da Síndrome do Túnel do Carpo (STC) geralmente se desenvolvem de forma gradual e incluem:
Dormência e Formigamento: Os primeiros sinais da STC incluem dormência e formigamento nos dedos polegar, indicador, dedo médio e parte do anular. Esses sintomas são frequentemente mais perceptíveis à noite ou ao acordar. A dormência pode ser intermitente no início, mas tende a se tornar mais constante com o tempo.
Dor no punho e na mão: A dor da STC pode variar de um leve desconforto até uma dor forte que se espalha do punho para o braço.
Essa dor é frequentemente descrita como uma sensação de queimação ou uma dor que pode piorar com o uso repetitivo das mãos. Outro fator associado e que confunde é a rizartrose, que causa uma dor na região da base do polegar, local adjacente ao túnel do carpo.
Sintomas avançados
À medida que a STC progride, os sintomas podem se tornar mais graves e debilitantes:
Fraqueza muscular: Em estágios mais avançados, os pacientes podem experimentar fraqueza nos músculos da mão, particularmente na base do polegar. Essa fraqueza é causada pela compressão prolongada do nervo mediano, que afeta a função motora dos músculos tenares. Vale ressaltar a importância de se pesquisar a presença de rizartrose.
Dificuldade em segurar objetos: A fraqueza muscular e a perda de sensibilidade podem dificultar a realização de tarefas diárias que requerem destreza manual. Os pacientes frequentemente relatam dificuldade em segurar objetos pequenos, manipular ferramentas ou realizar movimentos precisos.
Diagnóstico da síndrome do túnel do carpo
O diagnóstico da Síndrome do Túnel do Carpo (STC) começa com uma avaliação detalhada do histórico clínico e um exame físico completo. O médico irá questionar o paciente sobre os sintomas, sua duração, atividades ocupacionais e outras condições médicas que possam contribuir para a STC. O histórico ocupacional é particularmente importante, pois profissões que envolvem movimentos repetitivos ou uso intenso das mãos podem aumentar significativamente o risco de STC.
Durante o exame físico, o médico irá observar sinais de fraqueza muscular, atrofia e alterações sensoriais nos dedos. Além disso, serão realizados testes específicos para reproduzir os sintomas e avaliar a função do nervo mediano.
Manobra de Phalen e Teste de Tinel
Dois testes clínicos comuns para o diagnóstico da STC são a Manobra de Phalen e o Teste de Tinel:
Manobra de Phalen
Teste de Phalen: Este teste envolve a flexão completa dos punhos, pressionando o dorso das mãos uma contra a outra por 60 segundos. A reprodução de sintomas como dormência e formigamento nos dedos durante este teste sugere a presença de STC.
Teste de Tinel
Teste de Tinel: Neste teste, o médico estimula suavemente o nervo mediano no punho. A sensação de formigamento ou “choque” nos dedos indica uma resposta positiva, sugerindo compressão do nervo mediano.
Testes diagnósticos
Para confirmar o diagnóstico, são realizados testes eletrofisiológicos, como a eletromiografia (EMG) e os estudos de condução nervosa:
Eletromiografia (EMG): Este teste mede a atividade elétrica dos músculos em repouso e durante a contração. Ele pode identificar anormalidades na função muscular causadas pela compressão do nervo mediano.
Estudos de condução nervosa: Este teste avalia a velocidade e a amplitude dos impulsos elétricos que percorrem o nervo mediano. Uma diminuição na velocidade de condução nervosa ou uma resposta anormal indicam compressão do nervo mediano.
Estudos comparativos demonstram que a combinação de EMG e estudos de condução nervosa tem uma alta precisão diagnóstica para a STC, com sensibilidade e especificidade elevadas.
Diagnóstico diferencial
É essencial realizar um diagnóstico diferencial para descartar outras condições que podem mimetizar os sintomas da STC. Algumas dessas condições incluem:
Compressão de nervos na coluna cervical: Pode causar sintomas parecidos com os da STC, como dor e dormência no braço e na mão.
Neuropatia periférica: Condições como diabetes podem causar neuropatia, afetando múltiplos nervos periféricos e resultando em sintomas que podem ser confundidos com STC.
Síndrome do desfiladeiro torácico: Compressão de nervos e vasos sanguíneos entre o pescoço e o ombro pode causar dor e dormência nas mãos e no braço e na mão.
Artrite: Inflamação das articulações no punho pode mimetizar os sintomas da STC.
Tratamento da síndrome do túnel do carpo
O tratamento da Síndrome do Túnel do Carpo (STC) pode variar de medidas conservadoras a intervenções cirúrgicas, dependendo da gravidade dos sintomas e da resposta do paciente aos tratamentos iniciais. Aqui, exploraremos as diferentes abordagens terapêuticas com base em evidências científicas e estudos clínicos.
Tratamentos conservadores
Os tratamentos conservadores são geralmente a primeira linha de defesa contra a STC, especialmente em casos leves a moderados.
Modificação de atividades e ergonomia
A modificação de atividades e a adoção de práticas ergonômicas são cruciais para reduzir a pressão no túnel do carpo. Isso pode incluir ajustes no local de trabalho, como o uso de teclados ergonômicos, apoio para os punhos e pausas frequentes para evitar a repetição contínua de movimentos.
Estudos demonstram que a modificação das atividades pode aliviar significativamente os sintomas em muitos pacientes.
Uso de órteses
O uso de órteses, especialmente durante a noite, pode manter o punho em uma posição neutra e reduzir a compressão do nervo mediano. Evidências sugerem que as órteses noturnas são eficazes para aliviar sintomas em até 80% dos casos leves a moderados.
Terapia física e exercícios específicos
A terapia física pode incluir exercícios de alongamento e fortalecimento, bem como técnicas de mobilização do nervo para aliviar a compressão. Exercícios específicos, como alongamentos do flexor do punho e exercícios de deslizamento do nervo, têm mostrado benefícios. Estudos indicam que a terapia física combinada com a modificação das atividades pode melhorar muito os sintomas.
Tratamentos medicamentosos
Os medicamentos podem ser utilizados para controlar a inflamação e a dor associadas à STC.
Anti-inflamatórios e corticosteroides
Anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), podem ajudar a reduzir a dor e a inflamação em casos leves. Para sintomas mais graves, injeções de corticosteroides no túnel do carpo podem proporcionar alívio mais imediato.
Intervenções cirúrgicas
Quando os tratamentos conservadores e medicamentosos não proporcionam alívio adequado é indicada a cirurgia para síndrome do túnel do carpo nos casos em que os tratamentos conservadores não aliviam os sintomas ou quando há comprometimento significativo da função da mão.
Liberação do túnel do carpo
A cirurgia de liberação do túnel do carpo envolve seccionar o ligamento transverso do carpo para aliviar a pressão sobre o nervo mediano. Existem duas técnicas principais: aberta e endoscópica.
Técnicas cirúrgicas: aberta vs. endoscópica
Cirurgia aberta: Envolve uma incisão maior no punho e palma da mão para acessar o ligamento. É a técnica tradicional e bem estabelecida.
Cirurgia endoscópica: Envolve uma incisão menor e o uso de um endoscópio (vídeo) para guiar a liberação do ligamento. Essa técnica geralmente resulta em uma recuperação mais rápida e menos dor pós-operatória.
Como prevenir a síndrome do túnel do carpo?
Para prevenir a Síndrome do Túnel do Carpo (STC), é importante usar práticas ergonômicas no trabalho:
- Ajustes no ambiente: Ajuste a altura da cadeira, a posição do teclado e do mouse, e garanta boa iluminação. Isso ajuda a manter os punhos em uma posição confortável.
- Ferramentas ergonômicas: Use suportes para punhos, teclados ajustáveis e mouses verticais para reduzir a pressão no túnel do carpo. Ferramentas que diminuem vibração também ajudam.
Leia também: Exercícios para prevenir a síndrome do túnel do carpo.
É essencial que os pacientes procurem um médico ao perceber os primeiros sintomas da STC. Além disso, profissionais de saúde devem estar atualizados sobre as melhores práticas e tratamentos disponíveis. Assim, podemos melhorar o diagnóstico, o tratamento e a prevenção da STC, garantindo mais qualidade de vida para quem enfrenta essa condição.
Fontes: